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O MODELO DE JOGO NO CLUBE
Já lá vão tantos anos de futebol e ainda há quem considere que um 4x3x3, é um modelo de jogo. Entretanto, o futebol evoluiu, fala-se em tática, mais do que nunca, mas muita gente ainda assemelha modelo de jogo aos processos de jogo ou esquemas táticos. No entanto, modelo de jogo é mais do que isso, e pode ser levado muito mais longe do que alguns pensam. Mesmo muitos dos que trabalham dentro do futebol, não tem de todo uma ideia de como utilizar um modelo de jogo. E em Portugal, são mesmo poucos clubes que usam o modelo de jogo em todas as suas vertentes.
Antes de mais, um modelo de jogo tem vários pontos por onde se trabalhar e para se diagnosticar. Depende essencialmente da ideia do treinador, mas a cultura do clube, jogadores disponíveis e condições de treino, são alguns fatores que tem peso na forma de jogar de uma equipa. O treinador pode ter uma ideia para a sua equipa, mas os jogadores não tem todas as caraterísticas para o implementar. Ou então, o seu modelo de jogo, não condiz com a cultura do clube, desde filosofias internas até adeptos.
No entanto, poucas são os clubes que levam um modelo de jogo até aos seus limites. Bem espremido, os resultados podem ser bastante animadores, e podem até ficar destacados na história, por razões positivas, principalmente. Isto porque um modelo de jogo, pode ser um peso super elevado num clube, entre resultados desportivos e resultados económicos. E ter o modelo de jogo num clube, mas encaixado da forma certa, pode resolver imensos problemas, tal como a motivação dos atletas jovens, excelentes reforços para a equipa, e até ao nível de seleções podemos encontrar resultados animadores. Vejamos alguns pontos extremamente importantes, condizentes com modelos de jogo:
O MODELO DE JOGO NO CLUBE
O modelo de jogo como imagem de marca de um treinador
Hoje em dia, um treinador que não tem um modelo de jogo ou não operacionalizar o seu modelo de jogo, não tem sucesso, principalmente nas ligas maiores. Isto acontece porque, para enfrentar-mos uma organização, só o podemos fazer com qualidade, se também tivermos uma organização. E quanta mais qualidade tiver a organização adversária, mais organizados precisamos ser. Nas ligas maiores, praticamente todas as equipas tem os seus modelos de jogo, ou seja, são organizadas. Então, um treinador que não tem um modelo de jogo definido, ou seja, que não tem ideias para um jogar, nem as implementa, não terá sucesso numa liga grande, porque não tem a própria organização como arma.
Clubes distintos, modelos de jogo distintos
Muitos acreditam que um modelo de jogo, pode ser copiado. O que podemos copiar, são ideias, não modelos de jogo. Podemos copiar a posse de bola do Barcelona, mas não podemos copiar o seu modelo de jogo, porque não temos Xavis, Messis nem Iniestas. Usar o mesmo de jogo de uma grande equipa, apenas porque fez sucesso, não vai dar em grande coisa, porque os jogadores são diferentes, a equipa técnica tem um entendimento diferente, e até mesmo a cultura do clube pode interferir nisso.
Modelo de jogo, por vezes, não é mais do que a cultura do clube
Em Espanha, temos um estilo de futebol. Em Portugal, temos outro estilo. Em Inglaterra, o estilo é também diferente, e não importa para que país viajarmos, que cada comunidade tem a sua cultura desportiva. Muitos treinadores são escolhidos em função do seu modelo de jogo, pois é necessário que este coincida com a cultura que envolve o clube. Por exemplo, o Barcelona, não vai contratar um treinador que se opõe à posse de bola. A posse de bola, é a cultura de Espanha, e os modelos de jogo adotados pelos treinadores, necessitam coincidir com essa cultura.
Modelo de jogo como modelo de formação
Existem treinadores, como José Mourinho, que defendem que o modelo de jogo deve ser o mesmo em todos os escalões do clube. Isto deve-se por uma razão muito simples: a formação de novos jogadores. Não existe em toda a história do futebol, um jogador que já foi o melhor do mundo, e que não aprendeu a jogar futebol! Todos aprenderam, e todos precisaram de oportunidades. Se desde pequenos, vão subindo de escalão, e aprendem a jogar futebol, como a se adaptarem a ambientes mais difíceis, quando chegam a séniores, estão preparados para enfrentar um desafio ainda maior. Por outro lado, se em miúdos jogam de uma maneira, e quando chega o momento de os lançar a séniores, jogam de outra, será muito complicado em se lançarem como jogadores de qualidade, porque enfrentam uma qualidade que não estão habituados. Praticar o mesmo modelo de jogo em todos os escalões do clube, é uma excelente ideia para formar novos jogadores. Da mesma forma, este meio de trabalho pode garantir que o clube encontre os jogadores para cobrir as lacunas do plantel sénior, apenas por ir buscar os jovens da sua academia.
Acrescento que acredito que este é um excelente meio de trabalho para evitar muitos problemas com jovens. Quando um jovem anseia por ter oportunidades na equipa principal, isso torna-se mais fácil se existir um meio-ambiente propício a esse jovem. Se o jovem jogador está rodado no mesmo sistema, quando chega aos séniores, a sua estreia torna-se bastante mais fácil. Assim, evitamos problemas com jogadores dos escalões sub-19, prontos a entrar nos séniores, porque estes não ficam frustrados por não terem oportunidades. Eles tem oportunidades, logo, trabalham moralizados.
A constituição do modelo de jogo
Continuando a conversa, muitos não sabem o que é um modelo de jogo. Facilmente associam a esquema tático, e tiram conclusões a partir daí. Entretanto, modelo de jogo não é o esquema tático, mas o esquema tático faz parte do modelo de jogo. Esquema tático, são números, como 4x3x3, 4x5x1, x4x4x2, 4x2x3x1, e por ai adiante. É uma ideia, ou uma estrutura, para organizar os jogadores, e começar a criar processos a partir desta estrutura. Sabemos, por exemplo, que não vamos usar os mesmos processos de jogo numa estrutura de 4x4x2 como numa estrutura de 4x3x3. Mas podemos usar processos diferentes dentro a partir do mesmo esquema tático. Por exemplo, podemos escolher usar um 4x4x2, mas utilizar mais posse de bola ou ataques rápidos, assim sem aprofundar para processos bem mais complexos.
O modelo de jogo, portanto, depende de uma estrutura, o tal esquema tático, e de processos de jogo, ou movimentações, se assim preferirem. Mas, as movimentações não são feitas à ordem. Para isso, existem momentos de jogo (momento defensivo, transição ofensiva, momento ofensivo, transição defensiva e bolas paradas) que orientam os jogadores para usar determinado processo e em que altura. Tudo isto são orientações, em busca de criar uma organização para a equipa que se treina.